
Movimento “Na Mesma Moeda” propõe abastecer o carro com R$ 0,50 e solicitar a nota fiscal.
Niomar Pereira
Neste sábado, às 14:30, em Francisco Beltrão, acontece um protesto contra os aumentos abusivos dos combustíveis registrados desde janeiro. O movimento “Na Mesma Moeda” pretende reunir o maior número possível de veículos em frente ao posto Toscan para abastecer apenas R$ 0,50 e pedir nota fiscal. A ideia é partir em carreata pelos principais postos de combustíveis da cidade.
Os preços dos combustíveis começaram a baixar em maio, mas a gasolina chegou a passar dos R$ 3,00 e o álcool, dos R$ 2,40. A campanha começou em Goiânia há menos de um mês e ganhou os grandes centros até chegar às cidades do interior. Na semana passada, Cascavel e Pato Branco organizaram movimento semelhante. A divulgação mostrou a força das redes sociais, depois que a hashtag #NaMesmaMoeda começou a circular no Twitter e no Facebook, espalhando a ideia de pagar "na mesma moeda" o abuso na alta dos preços dos combustíveis. Não demorou muito para surgir centenas de pessoas interessadas em participar do movimento.
O publicitário Marco Antônio Nogueira diz que a proposta é protestar contra o aumento do preço dos combustíveis, mostrando a indignação dos cidadãos com o abuso dos impostos cobrados do consumidor final. A ideia, reforça, é tornar o custo do abastecimento mais caro do que o lucro que o posto teria com a venda do combustível. Conforme disse, no Brasil, 57,13% do preço da gasolina é apenas imposto. Marco lembra que o Brasil é quase autossuficiente em petróleo, tem uma das maiores plantações de cana-de-açúcar e mesmo assim vende a gasolina mais cara do mundo.
Impostos
O proprietário do Posto Toscan, Humberto Toscan, diz que seu estabelecimento não vai se posicionar contra a manifestação. Ele lembra, porém, que os postos são meros repassadores dos reajustes dos combustíveis. "Os postos de gasolina são os estabelecimentos que trabalham com menor margem de lucro, não chega a 15%. Os preços são altos por causa dos impostos.
O empresário acha que o protesto dará mais trabalho aos postos e não surtirá o efeito desejado. "O que a população deveria questionar é onde vão os recursos da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), que representa R$ 0,22 centavos em cada litro de gasolina e deveria ser usado pelo governo para recuperar as estradas. Que estradas foram melhoradas no Sudoeste com este dinheiro?", questiona Toscan.
FONTE/FOTO: JdeB
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